Um roteiro para organizar um chá de bebê cheio de significados
Maria Flor Calil
16/01/2018 08h00
Confesso que eu estava com uma certa preguiça de realizar o chá de bebê do Francisco… Mas logo bateu uma culpa de mãe (sentimento familiar aí, amigas??) já que fiz tanto para Teresa (dois, um no Rio e outro em São Paulo!) quanto para Julieta. Poxa, o caçula já ia nascer sem chá? Depois ia ter menos fotos, menos brinquedos e livros, só usar roupas herdadas. Não é disso que reclamam os segundos, terceiros e quartos filhos?
Primeiro, foi difícil escolher uma data: novembro era muito cedo, dezembro é aquele mês insano com 3253 confraternizações e em janeiro muitas pessoas estão de férias. Fevereiro, bem, fevereiro não era uma possibilidade por motivos de poder dar à luz.
Depois de rachar a cuca, escolhi um final de semana de janeiro e já fui checar a previsão do tempo. Como moramos em casa e gosto de aproveitar o jardim, não queria chuva. A previsão para o sábado estava melhor, mas o marido estava de plantão… batemos o martelo no domingo e, imediatamente, comecei a rezar para Santa Clara e São Pedro.
Roteiro para festas em geral
Geralmente, depois que me decido, pelo fato de eu adorar receber e ter alma de produtora, rapidamente me animo e sigo um mesmo roteiro para todos os eventos:
• Escolho um horário e faço a lista de convidados para ter ideia do que e quanto vou servir de comida e bebida;
• Penso em um tema e em uma cartela de cores para a decoração e já crio uma pasta no Pinterest com algumas inspirações;
• Reservo os itens que vou alugar como taças, mesas e cadeiras;
• Entro em contato com os meus fiéis ajudantes, como garçom e faxineira (sempre recorro aos mesmos, que já conhecem minha casa e o jeito como recebo);
• Encomendo com a quituteira os doces e salgados;
• Compro as bebidas em sites que entregam em casa;
• Mobilizo os familiares e amigos próximos para ajudar no que for preciso;
• Faço o convite e crio um evento no Facebook para salvar a data com os queridos todos (depois reforço por WhatsApp e ligações).
Dicas para o chá de bebê
Mas um chá de bebê não é uma festa qualquer e tem algumas particularidades, né? Ao planejar o seu, você deve se fazer algumas perguntas: Qual o meu orçamento? Vou pedir só fraldas ou fazer lista em lojas especializadas? Será uma reunião só para as amigas ou convidarei todo mundo? Um evento para a família e outro no trabalho?? No meu caso, queria reunir a família e os amigos mais próximos para celebrar essa gestação não planejada, mas já tão desejada. Nessa correria em que vivemos, muita gente ainda nem tinha me visto grávida e o chá me pareceu a oportunidade perfeita.
Decidi fazer uma lista com itens que ainda não tinha e já sei que isso ajuda muita gente que quer presentear, mas não sabe do que estamos precisando. Quando for montar a sua, lembre-se de escolher produtos que caibam em todos os bolsos. Receber sabonete líquido e outros artigos de higiene é tão ou mais útil do que produtos caríssimos e menos usáveis…
Na loja, não selecionei nada de vestuário, mas se você quiser ganhar roupinhas, pense em que época do ano seu filho vai usar P, M, G… Assim você não recebe um monte de bodies de manga comprida que só vão servir no bebê quando o verão chegar… Áh, e especifique tamanho! Roupinhas RN são fofas e o povo adora dar, mas é o que o bebê menos veste.
No capítulo fraldas, pedi apenas nos tamanhos P e M já que vou tentar usar as ecológicas a partir dos 3 meses de Francisco, mas essa é uma aventura que conto em outro post.
Para quem quiser receber fraldas para todas as fases, é melhor organizar algum esquema para não ganhar muitas de um tamanho e nada de outro… Você pode dividir os convidados pela primeira letra do nome, por exemplo: de A a G tamanho P, de H a O tamanho M e de P a Z tamanho G. Não acho que vale a pena pedir a descartável extra-grande porque muitos bebês desfraldam antes de usá-la e pacote de fralda ocupa lugar pra caramba em casa. Já pensou guardar um arsenal que só vai ter utilidade em dois anos??
Na internet também é possível achar várias tabelinhas que calculam quantas fraldas o bebê usa, em média, de cada tamanho. Para as mães de primeira viagem, vale consultar.
Peça ajuda!
Como disse no começo do texto, eu gosto de produzir as comemorações aqui de casa, mas é muito comum que o chá de bebê seja organizado por uma amigona, a madrinha ou familiares. Mesmo tomando à frente, não deixei de envolver algumas pessoas: pedi para a minha sogra preparar suas deliciosas pastas árabes (homus, babaganuche e coalhada seca) e encomendei para a minha irmã mega talentosa (@cacarecos_craft) amigurumis e o topo do bolo e dos docinhos em aquarela, no tema do chá, que foi mar e peixes (provável signo do Francisco). Ela também chegou mais cedo e decorou lindamente a mesa. Eu mesma me encarreguei de fazer o bolo de limão com glacê e de fazer os arranjos que floriram a casa toda.
Essa organização prévia parece exagerada, mas permite que a gente chegue no dia do evento menos estressada e com disposição para aproveitar a festa. Ainda assim, imprevistos podem acontecer. Choveu um pouco, ventou um monte e meu marido teve que sair para comprar mais bebida e gelo no meio chá. Com tudo isso, ninguém queria ir embora! Apesar de já estar no oitavo mês de gestação (e mais pesadona), curti muito a farra e me emocionei com o carinho de todo mundo. Quer coisa mais gostosa e auspiciosa do que reunir um bando de queridos para celebrar a chegada de um filho? <3
Sobre a autora
A jornalista Maria Flor Calil, mãe da Teresa e da Julieta, e esperando Francisco, já trabalhou na TV Cultura, na Fundação Roberto Marinho e até foi dona de loja infantil. Depois da maternidade, foi abduzida pelo mundo da maternagem e editou o site da Pais & Filhos, a revista Claudia Filhos e lançou o livro “Quem Manda Aqui Sou Eu – Verdades Inconfessáveis Sobre a Maternidade”. Atualmente, é diretora de conteúdo do Aveq (www.averdadeeque.com.br) e editora de comunicações do Colégio Santa Cruz.
Sobre o blog
Começar de Novo, a música-tema do seriado Malu Mulher (exibido em 1979 e atualíssimo para as questões femininas), é inspiração para a jornalista grávida de um temporão. Um espaço para falar do lado B da maternidade, com uma dose de leveza e outra de profundidade.